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Programa Mais Médicos melhora acesso da população à atenção primária

A Organização Pan-americana de Saúde – OPAS publicou o estudo “A qualidade da Atenção Primária no Programa Mais Médicos: a experiência dos médicos e usuários”, que apontou a eficácia do Programa Mais Médicos – PMM, por meio do eixo de provimento emergencial de médicos em regiões socioeconômicas mais vulneráveis, na melhora do acesso da população à Atenção Primária. Contudo, os pesquisadores advertem que é necessário identificar outros fatores que dificultam o acesso às unidades de saúde, além da presença ou não de médicos, visto que o escore desse atributo foi baixo em todas as regiões do país e a explicação para esse baixo resultado se refere mais a organização dos serviços do que a presença do médico.

Em 36,2% do total de equipes estudadas havia profissionais do PMM, que garantiram o acesso a consultas para mais de 36 milhões de pessoas. O estudo compara a tendência e o padrão das consultas médicas de gestante, criança menor de um ano, crianças menores de cinco anos, pessoas com diabetes com 15 anos ou mais e pessoas com hipertensão com 15 anos ou mais em Equipes de Saúde da Família com e sem a presença do PMM, antes e depois da implantação do Programa. “O PMM mostrou uma contribuição marcante no atendimento a todo conjunto de demanda estudada nas unidades básicas de saúde”, explica o pesquisador Luiz Facchini.

Os resultados destacam a capacidade do PMM promover equidade no atendimento em municípios de pequeno porte e mais pobres, em regiões e populações com maior vulnerabilidade social do país, ou seja, nos contextos prioritários para o Mais Médicos. As equipes com profissionais do PMM destas localidades conseguiram melhorar o padrão de consultas para todos os públicos pesquisados, passando a ser similar ou até melhor do que o de equipes sem o profissional do Programa.

“O PMM produziu uma modificação de efeito no comportamento dessas equipes, que anteriormente tinham um pior desempenho e passaram a ter um desempenho melhor ou no mínimo similar ao do grupo de comparação”, explica Facchini. O estudo traz evidências de que o programa ampliou a efetividade do SUS e da atenção básica, contribuindo à expansão da cobertura da atenção básica no Brasil e fortalecendo a universalização da saúde. “Medir o acesso à média de consulta de atendimento é o primeiro indicador de qualidade de um serviço. Se a população não tem acesso ao serviço, os indicadores de qualidade da atenção não poderão ser avaliados. Próximos estudos deverão aprofundar a análise em indicadores que examinam aspectos da organização do atendimento e do processo de cuidado disponibilizados no interior dos serviços, complementando a avaliação da qualidade da atenção”, explica Facchini.

Segundo a pesquisa, apesar dos avanços ocorridos na Atenção Primária à Saúde – APS nos últimos anos é necessário que o país repense a forma de organização dos serviços de APS, ampliando a carteira de serviços oferecida à população ao proporcionar maior acessibilidade à população por meio da oferta de horários estendidos de consultas e atendimento médico para demandas espontâneas, evitando a procura desnecessária a serviços de urgência e pronto atendimento. Além disso, a ampliação do uso das tecnologias de informação e comunicação, como estratégias viáveis para facilitar acesso das pessoas ao cuidado médico em atenção primária. (Com Portal da Inovação na Gestão do SUS)

CNTS

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