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Foto: Fernando Donasci/Folhapress

Falta trabalho para 27,7 milhões de brasileiros, maior número desde 2012

Trabalho e Emprego

Segundo o IBGE, do total da força de trabalho brasileira, 24,7% é subutilizada. Número de desalentados também é recorde, 4,6 milhões de trabalhadores

A taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui os desempregados, pessoas que gostariam de trabalhar mais e aqueles que desistiram de buscar emprego, bateu recorde no primeiro trimestre, chegando a 24,7%, segundo dados divulgados na quinta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Ao todo, são 27,7 milhões de pessoas nessas condições. Destes, 13,7 milhões procuraram emprego, mas não encontraram. Os restantes são subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram emprego ou não estavam disponíveis para trabalhar.

No trimestre, a taxa de desemprego foi de 13,1%, crescimento de 1,3 ponto percentual ante o trimestre anterior, frustrando expectativas de recuperação sustentável do mercado de trabalho.

A taxa de desalento da força de trabalho, que indica as pessoas que desistiram de procurar trabalho, também foi recorde no trimestre, atingindo 4,1% no primeiro trimestre. De acordo com o IBGE, eram 4,6 milhões de pessoas nessa condição, 60,6% deles na região Nordeste.

O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, apontou que na comparação com o 1º trimestre do ano passado, o número de desocupados caiu em 487 mil pessoas, enquanto o de trabalhadores subutilizados aumentou em 1,1 milhão e o de desalentados aumentou em 512 mil. Segundo o pesquisador, esse quadro enfatiza o quanto a situação do mercado de trabalho brasileiro segue desfavorável. “Tudo que acontece no mercado de trabalho é reflexo de um cenário econômico, de incerteza política”, apontou Azeredo.

Regiões – Os dados divulgados pelo IBGE mostram que o desemprego é mais forte na região Nordeste, onde a taxa chega a 15,9%, e mais fraco no Sul, que tem apenas 8,4% de sua força de trabalho sem emprego.

Na comparação com o quarto trimestre, houve aumento do desemprego em todas as regiões, com maior intensidade no Nordeste, que teve alta de 2,1 pontos percentuais. No Sul, o aumento foi de apenas 0,7 ponto percentual.

Entre os Estados, as maiores taxas são no Amapá (21,5%), Bahia (17,9%), Pernambuco (17,7%), Alagoas (17,7%) e Maranhão (15,6%). Já as menores em Santa Catarina (6,5%), Mato Grosso do Sul (8,4%), Rio Grande do Sul (8,5%) e Mato Grosso (9,3%).

Carteira assinada em queda – No 1º trimestre, 75,4% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada, 1,2 ponto percentual a menos na comparação anual, uma redução de 408 mil pessoas. O contingente de 32,9 milhões trabalhadores também foi menor de toda a série da pesquisa, iniciada em 2012. Em 4 das 5 regiões, houve queda. Em relação ao 1º trimestre de 2017, houve alta dessa estimativa apenas na região Norte (de 59,9% para 62,9%).

Desemprego é maior entre pretos, pardos e mulheres – A taxa de desemprego dos que se declararam brancos ficou em 10,5% no 1º trimestre, abaixo da média nacional (13,1%), enquanto a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (15,1%) ficou acima. Atualmente, os pardos representavam 48,1% da população fora da força, seguidos pelos brancos (42,5%) e pelos pretos (8,4%).

O desemprego também atinge mais as mulheres do que os homens, mesmo com o universo feminino sendo a maioria na população em idade de trabalhar (52,4%). A taxa de desocupação no 1º trimestre foi de 11,6% para homens e de 15% para mulheres. Segundo o IBGE, o nível da ocupação dos homens no 1º trimestre ficou em 63,6% e o das mulheres, em 44,5%.

Fonte: Folha de S.P e G1
CNTS

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