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Editorial: Crise gravíssima exige reflexão e reação imediata dos trabalhadores

As graves acusações ao presidente Michel Temer, de envolvimento com a corrupção investigada pela polícia federal na operação lava jato, deixaram o país estarrecido. Mais que isso, exigem dos poderes constituídos imediata reação, no sentido de adotarem medidas em defesa do Brasil e da sociedade, vilipendiada em seus direitos e na esperança por dias melhores. Exigem, ainda, profunda reflexão do povo brasileiro, em especial daqueles que, por ocuparem posições de liderança, devem discutir e propor alternativas que reconduzam o país ao desenvolvimento, com democracia, ética e justiça social.

As investigações, aprofundadas a partir de 2014, levaram ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, à prisão de vários envolvidos e indiciamento de tantos outros. Segundo as denúncias, a corrupção se alastra pelos gabinetes oficiais, espaços públicos e privados, envolvendo lideranças do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, que ignoram a gravidade da situação e continuam levando adiante projetos e julgamentos nada urgentes em relação ao caos instalado e que envolvem questões sociais, políticas e econômicas.

Por trás de cada empresa falida, de cada ponto no índice do desemprego, da precariedade na prestação dos serviços públicos de saúde, educação, segurança, moradia e outros garantidos na Constituição Federal, a população vê o desvio de somas vultosas para as contas de empresários, políticos e seus familiares. Só se fala em bilhões aplicados, especialmente, em bancos no exterior, na intenção de esconder a riqueza ilícita, à custa do suor e lágrimas daqueles que trabalham para o crescimento do país.

Mesmo com a gravidade das denúncias, o presidente Michel Temer se limitou a divulgar nota em que reconhece que houve um encontro com Joesley Batista, o denunciante, mas nega as acusações e mantém uma agenda insignificante, como se nada de grave estivesse acontecendo no país.

Partidos da oposição no Congresso Nacional querem o impeachment de Michel Temer. Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, ante as discussões acaloradas em plenário, decidiram por suspender as sessões na tarde desta quarta-feira. Mas anunciam que os trabalhos seguirão normalmente na próxima semana. Ou seja, com votações que incluem as reformas trabalhista e da Previdência, que retiram direitos e impedem novas conquistas da classe trabalhadora e segurados.

O Tribunal Superior Eleitoral marcou somente para o início de junho a continuidade do processo que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, por irregularidades na campanha eleitoral de 2014. E o Supremo Tribunal Federal carece de autorização da Câmara dos Deputados, cuja maioria da composição pertence à base governista, para investigar Michel Temer.

O povo brasileiro não pode mais assistir aos desmandos, “deitado em berço esplêndido”. E somos nós, trabalhadores calejados na luta, que devemos tomar as rédeas dos nossos destinos e do futuro das novas gerações. Não vamos pagar por uma conta que não é nossa, pressionados por leis e medidas que desrespeitam nossa lei maior, a Constituição Federal. O momento é um dos mais graves da nossa história e exige reflexão e unidade na reação.

Vamos mostrar ao Brasil que “um filho teu não foge à luta”.

Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde – CNTS

Federações filiadas e Sindicatos vinculados 

 






CNTS

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